Restaurada pela Casa Abrigo
Yati* era apenas uma criança, quando suas duas irmãs mais velhas se casaram com muçulmanos e foram embora de casa. Depois disso, a pequena garota indonésia se dedicou a cuidar de seus irmãos mais novos, deixando a escola após terminar o segundo ano. Yati ajudou seus pais a viverem recolhendo lixo, e trabalhou como doméstica para outras famílias. Eles mudaram de uma área a outra, durante inúmeras noites frias, Yati e seus irmãos, Adi* (10) e Yuni*, de oito anos, dormiram na carroça.Em 2007, a família de Yati se converteu a Isa (Jesus) após um cristão ajudar seu pai a conseguir um emprego. Mas, ele morreu um ano depois, de asma, deixando Yati, sua mãe e seus irmãos, sem dinheiro algum e sem lar. Enfrentando a rejeição por causa de sua nova fé, eles não poderiam buscar ajuda com seus parentes.
“Não tínhamos nada em nossas mãos; minha mãe só trouxe uma mala com nossas roupas dentro. Nos mudamos quatro vezes e nenhum parente quis nos aceitar,” diz Yati, com os olhos lacrimejando, enquanto lembra daqueles dias difíceis.
Yati e sua família são parte dos 25.000 cristãos de uma província, na Indonesia. Eles pertencem a um povo que vive e respira islã. A conversão a outra fé é um ato de apostasia, e alguns cristãos enfrentam grande pressão de seus vizinhos e parentes.
O cunhado de Yati e outros parentes concordaram em ajudá-los caso sua mãe retornasse ao islã. Entretanto, a mãe de Yati permaneceu firme na fé, o que lhes custou o teto sob suas cabeças.
Mas, Deus não abandonou a família de Yati. O homem que ajudara seu pai a se demitir do emprego para se dedicar integralmente a obra na igreja, os ajudou novamente. Yati se lembrava dele e pediu sua ajuda. Desta vez, ela se referia ao cooperador da Portas Abertas, que imediatamente abrigou Yati, sua mãe e seus irmãos, em uma casa abrigo.
Cristãos locais que são acolhidos pelo Programa de Casas Abrigo, da Portas Abertas, foram fortalecidos na fé através da oração e aconselhamento. Eles também aprenderam uma profissão, para que pudessem ter a chance de começar pequenos negócios e se tornarem uma benção às suas famílias e comunidades.
“Meus irmãos e eu ficamos perto de nossa mãe, o tempo todo. Tínhamos medo de brincar com as outras crianças. Eu pensava que eles poderiam nos xingar porque éramos cristãos,” disse Yati, descrevendo as primeiras semanas na casa abrigo. Para a segurança de Yati e sua família, eles não sabiam que estavam em uma casa abrigo.
Logo, a família foragida ajustou bem sua rotina com os outros cristãos da casa abrigo. Yati começou a misturar-se com outras pessoas, e ajudava sua mãe com trabalhos de lavanderia para ajudar no sustento e educação de Adi e Yuni. Apesar das dificuldades que enfrentava, Yati nunca reclamou de sua vida.
“Nos tempos de descanso, eu lia a Bíblia para minha mãe, pois ela é analfabeta. Gosto de fazer isso porque eu sonho em ser uma professora de Escola Dominical, algum dia. Quero ensinar as crianças sobre o amor de Jesus, porque eu mesma vivi isso.”
Era muito arriscado aos cristãos locais, como Yati, serem parte da igreja local. Duas vezes por semana, ela ia a pequenas reuniões, com alguns cristãos da região, onde estudavam a Palavra de Deus, compartilhavam seus fardos e encorajavam-se.
Em 2009, Yati conseguiu um emprego em Jacarta. Apesar do emprego afastá-la de sua família, Yati nunca falhou em lembrar Adi e Yuni a sempre lerem a Bíblia à noite, e a lerem também para sua mãe.
“Foi a Palavra de Deus que me fortaleceu em tempos de fome. É por isso que minha leitura é necessária, e eu não tenho desculpas para ser menos rígida com meus irmãos.”
No ano seguinte, Yati teve a chance de participar de uma reunião, de três dias, organizada pela Portas Abertas e patrocinada por cristãos locais da província que Yati estava. Mesmo que isto significasse que Yati deveria deixar permanentemente o emprego em Jacarta, Yati não dissuadiu de participar no evento.
“Foi uma oportunidade única de conhecer outros cristãos com experiências similares e ser encorajada por seus testemunhos. Também tive a chance de me reunir novamente com minha família. Estas eram razões suficientes para que eu pedisse demissão do emprego. Apesar disso, Deus tinha sido fiel provedor a nós; Ele seria novamente.”
Yati estava certa. Após a reunião, uma família cristã a contratou como empregada doméstica. Além do mais, como o novo emprego exigia, Yati foi matriculada numa escola de costura. Agora com 15 anos, Yati continua perseverando na fé. De tempos em tempos, ela visita suas irmãs mais velhas e compartilha do amor de Cristo a elas. Seus esforços foram recompensados: um dos cunhados se converteu e foi batizado recentemente.
“Houve dias, em que não tinhamos nada para comer, mas Jesus nunca nos abandonou. Ele sempre enviava Seus milagres. Em tudo, minha mãe e eu sempre ajoelhamos para orar, e Deus nunca falhou em nos ajudar... Ele sempre responde nossas orações. Sim, ainda sofremos pressões por causa de nossa fé, mas Deus sempre nos trás para perto dEle,” Yati compartilha deslumbrante.
*Pseudônimo.
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