Um pequeno passo em uma grande maré
Eso Nayak*, oito anos de idade, voltou da escola, com lágrimas correndo pelo rosto, formando uma linha por suas bochechas empoeiradas, e terror na sua face. Ele foi espancado violentamente na escola por colegas hindus mais velhos e, os professores ficaram simplesmente como espectadores do incidente. A única falha de Eso é ser cristão, um pária.A vida não tem sido fácil para Eso e sua família desde 2004. Pandab Nayak, pai de Eso, morreu em 2004 devido a uma doença com apenas 35 anos de idade, e deixou sua mulher Jhunu Nayak e três filhos. Seu luto aumentou quando eles perderam tudo o que tinham durante manifestações contra os cristãos e tiveram que continuar suas vidas deixando tudo para trás e foram forçados a ficarem a céu aberto, longe da vila. Eles só poderiam retornar se eles se reconvertessem ao hinduísmo e renunciassem sua fé em Cristo e em Seu poder redentor.
Eso e sua família enfrentaram muitas dificuldades. Isaak Naik, que tem 16 anos é o mais velho dos irmãos de Eso, teve que interr
omper seus estudos e começar a trabalhar como operário para sustentar sua família. Kishan – 12 anos de idade está estudando no quinto ano no distrito de Daringbadi (25 Km de Badabanga) e fica com os parentes de sua mãe, lá. Eso ficou com sua mãe em um abrigo temporário e começou a frequentar a escola perto do local, depois que violência terminou.
Apesar da violência terminar, ódio e raiva contra os cristãos ainda permanecem no coração da comunidade hindu, e agora está incutido até em suas crianças. Apesar de Eso ter relatado o tratamento inadequado e a discriminação dos professores e alunos hindus depois das manifestações, sua mãe sempre o encorajava a ir para a escola e simplesmente ignorá-los.
Mas a discriminação continuou e cresceu dia após dia e, os professores e estudantes aproveitavam toda oportunidade para perseguir Eso. Ele estava sendo severamente punido e maltratado pelos professores, e discriminado pelos colegas no pátio ou incomodado no caminho para a escola. Ele temia que algo ruim acontecesse com ele e realmente um dia ele foi severamente espancado por colegas mais velhos, por causa de uma pequena coisa que ele fez quando brincava.
Por causa do que aconteceu, ele tendo apenas 8 anos, ele não queria retornar à escola. Os professores ignoraram as queixas, pois eles também tinham sentimentos ruins com relação à comunidade cristã. Levou quase seis meses para Eso ser convencido a voltar para a escola. Apesar de ter voltado para escola, o incidente o atormentava e ele tinha medo constantemente.
A volta de Eso para a escola foi resultado do ingresso de alguns professores cristãos na escola, assim como da persuasão de sua mãe e dos pastores que diligentemente apoiaram e encorajaram as vítimas de violência. Sua mãe disse, “Apesar de sermos párias da sociedade, nós somos membros da família do Deus vivo que ama e cuida.”
Eso é apenas uma, de muitas crianças cristãs que enfrentam este tratamento nas escolas, pátios ou mercados no distrito de Kandlhamal. Medo intenso, incerteza e raiva ainda estão nos corações e mentes destas crianças e não podemos imaginar quais consequências aparecerão em suas jovens vidas. É muito importante ensinar para estas crianças a Palavra de Deus e prover um ambiente propício onde elas aprenderão a praticar e compartilhar o amor de Cristo; é nossa responsabilidade transmitir isso a elas. Vamos orar e trabalhar com o objetivo de que estes corações inocentes não se tornem um solo fértil para a raiva e o ódio mesmo que eles sejam maltratados. A tarefa parece difícil e o objetivo inalcançável, mas vamos aguardar no Senhor porque Isaías 49:25 diz, “Mas assim diz o Senhor: Certamente os cativos serão tirados ao valente, e a presa do tirano será libertada; porque eu contenderei com os que contendem contigo, e os teus filhos eu salvarei.”
*Eso é seu nome real e pode ser usado.
Atualização em 8 de agosto de 2011: Eso está estudando numa escola primária do governo. Sua mãe administra um pequeno petshop e também trabalha como diarista (quando ela consegue trabalho); Portas Abertas na Índia está atualmente construindo uma casa para eles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário