quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

DIP 2013 - Países que oramos

Dois meses antes do dia do DIP, fizemos uma campanha de oração por países onde nossos irmãos são perseguidos. Confira no vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=T3Rwpvcw8xg


domingo, 7 de abril de 2013

Testemunho de Eso - Índia


Um pequeno passo em uma grande maré

Eso Nayak*, oito anos de idade, voltou da escola, com lágrimas correndo pelo rosto, formando uma linha por suas bochechas empoeiradas, e terror na sua face. Ele foi espancado violentamente na escola por colegas hindus mais velhos e, os professores ficaram simplesmente como espectadores do incidente. A única falha de Eso é ser cristão, um pária.
A vida não tem sido fácil para Eso e sua família desde 2004. Pandab Nayak, pai de Eso, morreu em 2004 devido a uma doença com apenas 35 anos de idade, e deixou sua mulher Jhunu Nayak e três filhos. Seu luto aumentou quando eles perderam tudo o que tinham durante manifestações contra os cristãos e tiveram que continuar suas vidas deixando tudo para trás e foram forçados a ficarem a céu aberto, longe da vila. Eles só poderiam retornar se eles se reconvertessem ao hinduísmo e renunciassem sua fé em Cristo e em Seu poder redentor.
Eso e sua família enfrentaram muitas dificuldades. Isaak Naik, que tem 16 anos é o mais velho dos irmãos de Eso, teve que interr
omper seus estudos e começar a trabalhar como operário para sustentar sua família. Kishan – 12 anos de idade está estudando no quinto ano no distrito de Daringbadi (25 Km de Badabanga) e fica com os parentes de sua mãe, lá. Eso ficou com sua mãe em um abrigo temporário e começou a frequentar a escola perto do local, depois que violência terminou.
Apesar da violência terminar, ódio e raiva contra os cristãos ainda permanecem no coração da comunidade hindu, e agora está incutido até em suas crianças. Apesar de Eso ter relatado o tratamento inadequado e a discriminação dos professores e alunos hindus depois das manifestações, sua mãe sempre o encorajava a ir para a escola e simplesmente ignorá-los.
Mas a discriminação continuou e cresceu dia após dia e, os professores e estudantes aproveitavam toda oportunidade para perseguir Eso. Ele estava sendo severamente punido e maltratado pelos professores, e discriminado pelos colegas no pátio ou incomodado no caminho para a escola. Ele temia que algo ruim acontecesse com ele e realmente um dia ele foi severamente espancado por colegas mais velhos, por causa de uma pequena coisa que ele fez quando brincava.
Por causa do que aconteceu, ele tendo apenas 8 anos, ele não queria retornar à escola. Os professores ignoraram as queixas, pois eles também tinham sentimentos ruins com relação à comunidade cristã. Levou quase seis meses para Eso ser convencido a voltar para a escola. Apesar de ter voltado para escola, o incidente o atormentava e ele tinha medo constantemente.
A volta de Eso para a escola foi resultado do ingresso de alguns professores cristãos na escola, assim como da persuasão de sua mãe e dos pastores que diligentemente apoiaram e encorajaram as vítimas de violência. Sua mãe disse, “Apesar de sermos párias da sociedade, nós somos membros da família do Deus vivo que ama e cuida.”
Eso é apenas uma, de muitas crianças cristãs que enfrentam este tratamento nas escolas, pátios ou mercados no distrito de Kandlhamal. Medo intenso, incerteza e raiva ainda estão nos corações e mentes destas crianças e não podemos imaginar quais consequências aparecerão em suas jovens vidas. É muito importante ensinar para estas crianças a Palavra de Deus e prover um ambiente propício onde elas aprenderão a praticar e compartilhar o amor de Cristo; é nossa responsabilidade transmitir isso a elas. Vamos orar e trabalhar com o objetivo de que estes corações inocentes não se tornem um solo fértil para a raiva e o ódio mesmo que eles sejam maltratados. A tarefa parece difícil e o objetivo inalcançável, mas vamos aguardar no Senhor porque Isaías 49:25 diz, “Mas assim diz o Senhor: Certamente os cativos serão tirados ao valente, e a presa do tirano será libertada; porque eu contenderei com os que contendem contigo, e os teus filhos eu salvarei.”

*Eso é seu nome real e pode ser usado.

Atualização em 8 de agosto de 2011: Eso está estudando numa escola primária do governo. Sua mãe administra um pequeno petshop e também trabalha como diarista (quando ela consegue trabalho); Portas Abertas na Índia está atualmente construindo uma casa para eles.

Testemunho de Yati - Indonésia


Restaurada pela Casa Abrigo

Yati* era apenas uma criança, quando suas duas irmãs mais velhas se casaram com muçulmanos e foram embora de casa. Depois disso, a pequena garota indonésia se dedicou a cuidar de seus irmãos mais novos, deixando a escola após terminar o segundo ano. Yati ajudou seus pais a viverem recolhendo lixo, e trabalhou como doméstica para outras famílias. Eles mudaram de uma área a outra, durante inúmeras noites frias, Yati e seus irmãos, Adi* (10) e Yuni*, de oito anos, dormiram na carroça.
Em 2007, a família de Yati se converteu a Isa (Jesus) após um cristão ajudar seu pai a conseguir um emprego. Mas, ele morreu um ano depois, de asma, deixando Yati, sua mãe e seus irmãos, sem dinheiro algum e sem lar. Enfrentando a rejeição por causa de sua nova fé, eles não poderiam buscar ajuda com seus parentes.
“Não tínhamos nada em nossas mãos; minha mãe só trouxe uma mala com nossas roupas dentro. Nos mudamos quatro vezes e nenhum parente quis nos aceitar,” diz Yati, com os olhos lacrimejando, enquanto lembra daqueles dias difíceis.
Yati e sua família são parte dos 25.000 cristãos de uma província, na Indonesia. Eles pertencem a um povo que vive e respira islã. A conversão a outra fé é um ato de apostasia, e alguns cristãos enfrentam grande pressão de seus vizinhos e parentes.
O cunhado de Yati e outros parentes concordaram em ajudá-los caso sua mãe retornasse ao islã. Entretanto, a mãe de Yati permaneceu firme na fé, o que lhes custou o teto sob suas cabeças.
Mas, Deus não abandonou a família de Yati. O homem que ajudara seu pai a se demitir do emprego para se dedicar integralmente a obra na igreja, os ajudou novamente. Yati se lembrava dele e pediu sua ajuda. Desta vez, ela se referia ao cooperador da Portas Abertas, que imediatamente abrigou Yati, sua mãe e seus irmãos, em uma casa abrigo.
Cristãos locais que são acolhidos pelo Programa de Casas Abrigo, da Portas Abertas, foram fortalecidos na fé através da oração e aconselhamento. Eles também aprenderam uma profissão, para que pudessem ter a chance de começar pequenos negócios e se tornarem uma benção às suas famílias e comunidades.
“Meus irmãos e eu ficamos perto de nossa mãe, o tempo todo. Tínhamos medo de brincar com as outras crianças. Eu pensava que eles poderiam nos xingar porque éramos cristãos,” disse Yati, descrevendo as primeiras semanas na casa abrigo. Para a segurança de Yati e sua família, eles não sabiam que estavam em uma casa abrigo.
Logo, a família foragida ajustou bem sua rotina com os outros cristãos da casa abrigo. Yati começou a misturar-se com outras pessoas, e ajudava sua mãe com trabalhos de lavanderia para ajudar no sustento e educação de Adi e Yuni. Apesar das dificuldades que enfrentava, Yati nunca reclamou de sua vida.
“Nos tempos de descanso, eu lia a Bíblia para minha mãe, pois ela é analfabeta. Gosto de fazer isso porque eu sonho em ser uma professora de Escola Dominical, algum dia. Quero ensinar as crianças sobre o amor de Jesus, porque eu mesma vivi isso.”
Era muito arriscado aos cristãos locais, como Yati, serem parte da igreja local. Duas vezes por semana, ela ia a pequenas reuniões, com alguns cristãos da região, onde estudavam a Palavra de Deus, compartilhavam seus fardos e encorajavam-se.
Em 2009, Yati conseguiu um emprego em Jacarta. Apesar do emprego afastá-la de sua família, Yati nunca falhou em lembrar Adi e Yuni a sempre lerem a Bíblia à noite, e a lerem também para sua mãe.
“Foi a Palavra de Deus que me fortaleceu em tempos de fome. É por isso que minha leitura é necessária, e eu não tenho desculpas para ser menos rígida com meus irmãos.”
No ano seguinte, Yati teve a chance de participar de uma reunião, de três dias, organizada pela Portas Abertas e patrocinada por cristãos locais da província que Yati estava. Mesmo que isto significasse que Yati deveria deixar permanentemente o emprego em Jacarta, Yati não dissuadiu de participar no evento.
“Foi uma oportunidade única de conhecer outros cristãos com experiências similares e ser encorajada por seus testemunhos. Também tive a chance de me reunir novamente com minha família. Estas eram razões suficientes para que eu pedisse demissão do emprego. Apesar disso, Deus tinha sido fiel provedor a nós; Ele seria novamente.”
Yati estava certa. Após a reunião, uma família cristã a contratou como empregada doméstica. Além do mais, como o novo emprego exigia, Yati foi matriculada numa escola de costura. Agora com 15 anos, Yati continua perseverando na fé. De tempos em tempos, ela visita suas irmãs mais velhas e compartilha do amor de Cristo a elas. Seus esforços foram recompensados: um dos cunhados se converteu e foi batizado recentemente.
“Houve dias, em que não tinhamos nada para comer, mas Jesus nunca nos abandonou. Ele sempre enviava Seus milagres. Em tudo, minha mãe e eu sempre ajoelhamos para orar, e Deus nunca falhou em nos ajudar... Ele sempre responde nossas orações. Sim, ainda sofremos pressões por causa de nossa fé, mas Deus sempre nos trás para perto dEle,” Yati compartilha deslumbrante.

*Pseudônimo.

domingo, 31 de março de 2013

Testemundo de Lakech - Etiópia


“Adolescente tímida se sacrifica pela família”

Lakech, agora com 16 anos, sempre viveu em um lar estável em seu pequeno vilarejo etíope de Moche.
Seu pai, um homem piedoso, trabalhava duro para atender as necessidades de sua grande família. Eles não tinham abundância, mas sobreviviam.
Enquanto Lakech crescia, seu pai, Selamu*, e sua mãe, Tutu Haile*, vieram para Cristo. Eles trabalharam duro e se devotaram para criar seus oito filhos de forma temente a Deus. Mas, no ano em que completou 14 anos, a vida de Lakech virou de cabeça para baixo. Ela observava impotente o um longo processo judicial contra seu pai e isto dificultou e muito a sobrevivência de sua família.
Até onde Lakech entendia, o problema de Selamu resultou de tentativas de ajudar sua congregação encontrar um terreno para construir uma igreja no vilarejo Moche. Embora esses cristãos estivessem realizando cultos na região nos últimos quatro anos, sua congregação protestante ainda não tinha permissão para construir uma igreja.
Os Pentes – termo pejorativo para protestantes entre os adeptos da Igreja Ortodoxa Etíope (IOE) – enfrentam muitas discriminações porque são considerados como uma “ameaça” ao estabelecimento da IOE. Embora a IOE não seja mais a igreja do Estado, funcionários do governo sempre mostram favoritismo aos seus líderes.
Cerca de quatro anos atrás, Selamu ofereceu uma seção de seu próprio terreno para a sua igreja. Alegando que o terreno estava muito próximo do complexo de sua igreja, seguidores da IOE se opuseram veementemente a este movimento e ameaçaram atacar. Na tentativa de manter boas relações com seus vizinhos da IOE, os protestantes abandonaram seus planos.
Mas logo, os seguidores da IOE começaram a pressionar Selamu para lhes dar esse terreno em troca de outro mais distante. Selamu recusou sua proposta, dizendo que o terreno oferecido era muito distante para ele ganhar a vida. Então, eles se ofereceram para comprar seu terreno. Mas Selamu recusou novamente, relembrando a eles que a venda de terras na Etiópia é ilegal.
A persistência de Selamu irou os líderes da IOE. Em dezembro de 2008, eles acharam uma oportunidade de lhe dar o troco.
A IOE leiloou alguns eucaliptos em seu complexo em Moche e um membro da igreja chamado Dagne ganhou o lance mais alto. Ele, por sua vez, revendeu as árvores a várias outras pessoas, uma delas Selamu. Após estabelecer o preço, Selamu pagou adiantado por sua porção. Como é costume na parte rural da Etiópia, nenhum recibo foi emitido.
Entretanto, quando Selamu foi ao complexo da IOE derrubar suas árvores, um líder o denunciou à polícia. Quando ele acusou Selamu não apenas de invasão de propriedade, mas também de insultar a fé da IOE e de roubar árvores, a polícia o prendeu.
A batalha judicial começou com uma audiência poucos dias depois, arrastando-se por um ano até novembro de 2009, quando o tribunal considerou o pai de Lakech culpado e o sentenciou a um ano de prisão.
Enquanto isso, Selamu se achou dividindo uma cela com cerca de 50 criminosos e sua família foi abandonada à confusão.
“Passei noites sem dormir, pensando em minha família em casa”, disse Selamu. “Embora, no início, eu estivesse confuso do porquê de estar sendo atacado pela IOE, logo aceitei a situação e percebi que tinha de conviver com isso. Mas minha grande preocupação era com minha família”.
Mas seus adversários não estavam satisfeitos. Selamu apelou e pediu que sua sentença fosse convertida em multa para que ele pudesse cuidar de sua família. Seus acusadores pediram para que sua sentença fosse estendida por mais um ano, uma vez que o crime era grave. Os acusadores ganharam.
Em casa, Tutu Haile não estava lidando bem com a situação. Os vizinhos escarneciam das crianças, alegando que seu pai ficaria preso por mais sete anos. Mas Lakech rapidamente se conformou com a prisão de seu pai e com o preço que todos teriam de pagar. “Comecei a notar como era difícil para minha mãe colocar comida na mesa”, explicou Lakech. “Não podia ver minha mãe batalhando sozinha”.
“Queria terminar a escola, mas era impossível eu prosseguir”, admitiu a adolescente tímida. “Minha mãe precisava de ajuda”.
A despeito de sua idade e de sua timidez nata, Lackech saiu da escola e encontrou emprego de tempo integral como empregada doméstica, a uma certa distância de sua cidade natal. Por longos períodos, Lakech ficou longe de casa trabalhando, enviando todos os seus ganhos para sua mãe em casa.
Seguindo seu exemplo, o segundo irmão mais velho de Lakech, também adolescente, deixou a escola e assumiu a agricultura na pequena propriedade da família.
Então, a igreja local começou a ajudar a sustentar a família e Portas Abertas foi alertada da difícil luta de Tutu, Lakech e Telegata de alimentar sua família. O ministério de Portas Abertas conseguiu chegar até a família, ajudando a prover comida e pagando as taxas escolares para que Lakech pudesse voltar para casa e retomar seus estudos com seu irmão.
Logo depois, para grande alegria da família, Selamu foi perdoado por bom comportamento e liberado em setembro de 2010, após cumprir quase metade da pena.
Quando Portas Abertas visitou a família reunida após Selamu voltar para casa, o pai de Lakech estava radiante.
“Eu estava dizendo comigo, 'quando tiver cumprido minha pena, encontrarei minha família dispersa e necessitada', mas foi diferente. Eles não tiveram falta de nada e tudo foi provido. Eu não conhecia vocês e, ainda assim, Portas Abertas manteve minha família unida”, declarou Selamu.
“Também pensava que ninguém estaria conosco”, compartilhou a mãe de Lakech. “Mas o Senhor envergonhou o inimigo. Também não esperava que meu marido fosse logo liberto. Agora, estamos em alegria. Estamos agradecendo a Deus. Estou feliz de estar aliviada de minhas preocupações e, sobretudo, de ter meu esposo ao meu lado. O Senhor me abençoou com essas duas vitórias: tanto meu esposo quanto minha filha voltaram para casa”.
“Obrigada pelas pessoas que nos ajudaram. Não conhecemos fisicamente as pessoas que nos enviaram sustento. Mas elas estão em nosso coração. Posso apenas dizer obrigada! Que Deus lhes retribua ricamente de acordo com Sua vontade!”, concluiu Tutu.

*Pseudônimos
Observação: Os nomes dos pais são pseudônimos, mas os nomes verdadeiros de seus filhos (Lakech e Telegata) foram usados com a permissão da famíliaa

Testemunho de Mustafa e Amr - Egito


Enfrentando um severo trauma de infância

Nervosa, a mãe ficou no vão da porta de sua casa, amaldiçoando e gritando acusações contra seu único filho. Ela delatou Mustafa* como um infiel à segurança policial do estado do Egito. Ela simplesmente não pôde aceitar a escolha dele em acreditar em Cristo e virar as costas para o Islã, a religião de sua família e da maioria de seus vizinhos.
A polícia invadiu a casa onde Mustafa estava e ele foi brutalmente arrastado para fora em direção ao caminhão de detenção da polícia estacionado. Sua esposa e seu filho, uma criança de 3 anos de idade, Amr* (pronunciado AM-ur), assistiram o horror.
Três meses depois, Mustafa foi liberado da prisão e voltou para sua esposa e filho no norte do Egito. Ele ficou traumatizado por tudo o que passou durante os primeiros dias de interrogações. Ainda assim, o pai de Arm saiu da cadeia alegre e jovial, determinado a seguir Jesus e convencer a família toda a se tornar cristã.
Mas ninguém pensou como isso havia afetado Amr, tão pequeno, e de como era terrível o medo de não ver o pai novamente.
Para seus pais, agora estava bem claro que deveriam viver como “cristãos secretos” sabiamente, já que era ilegal para um muçulmano nativo egípcio se tornar cristão. Através de uma rede local de ministérios se aproximando desses novos crentes, a Portas Abertas ajudou a providenciar um discipulador e um quadro de apoio a eles. Mustafa foi escolhido para cuidar da escola bíblica, e com isso começou a discipular outros que acreditavam em Jesus.
Isso incluiu levar seu jovem filho ao caminho da Fé, ensinando-o a amar e andar com Jesus. Mas quando Amr foi para a escola, seus pais o avisaram para ser cuidadoso, ajudando-o a entender as “diferenças” sobre sua família e aconselhando sobre manter segredo sobre ser um cristão.
Juntamente com todos os sentimentos, medos escondidos, isto se tornou mais um estresse a Amr. Ele começou a viver duas vidas diferentes: uma em casa como cristão secreto, e outra, na escola e na rua.
Ao crescer, Amr mostrou todos os sinais de uma criança superdotada e ativa, abençoado com muitas habilidades artísticas. Ele se destacou na escola, ficou apaixonado pelo futebol e era muito popular entre os colegas da escola e amigos.
Mas o jovem Amr tinha um problema recorrente que cortou o coração de seus pais: ele estava molhando a cama toda noite. E em qualquer situação ficava estressado, não conseguia se controlar. Seus pais não sabiam o que fazer. Em vão, tentaram discipliná-lo, mas quanto mais pressionavam, pior ficou e a cada tentativa com medicamentos o final era sempre uma frustração.
Finalmente dois anos depois, quando Amr estava com oito anos de idade, conselheiros treinados em trauma cristão avisaram aos pais que esta condição provavelmente era psicológica, desencadeada por um incidente em seu passado. Com nova esperança, eles levaram a criança a um psicólogo cristão, que através de várias sessões e longas horas de conversação tentando desenterrar o passado, ajudou o menino a lembrar do traumático incidente de ver o seu pai sendo arrastado e insultado bem na frente de seus olhos.
Embora tivesse crescido amando a Jesus com seus pais cristãos, Amr estava subconscientemente inseguro e com medo de perder seu pai. Após identificar esse profundo medo escondido, ele começou a lutar contra isso confiando que Deus o ajudaria. Foram ao todo 18 meses de terapia para Amr entender e resolver o problema. E novamente, a Portas Abertas foi capaz de ajudar providenciando suporte financeiro para o psicólogo de Amr.
Este, porém, não era o fim para Amr. Seus problemas pessoais vieram à tona quando a vizinhança e seus amigos descobriram que sua família era cristã. Ele normalmente brincava de bola com as crianças na rua, mas quando eles iam à mesquita para orar, Amr se desculpava e voltava para casa. Os meninos começaram a exercer pressão sobre o colega, reunindo-se na frente de sua casa e chamando, insistindo para que ele os acompanhasse. Por um tempo, Amr sempre encontrava uma desculpa para não ir.
Mas em seguida, vazou a informação de que ele era cristão. Depois disso, as crianças da vizinhança o encurralavam, chamavam de infiel e se recusavam a brincar com ele. Sempre que ele se aproximava, eles o evitavam deixando-o sozinho pelos cantos. Na escola, os colegas de classe fizeram o mesmo, dando-lhe apelidos e atormentando-lhe. Para um garoto de 8 anos, isso era demais, e o estressou fortemente.
O melhor que seus pais puderam fazer foi ingressá-lo em um clube, onde poderia brincar longe das crianças de onde morava. Ele também se envolveu em outros programas fora de sua cidade, indo para acampamentos, passeios com a Escola Dominical e viagens onde nenhuma das crianças soubesse sua origem muçulmana.
Agora com quase 11 anos de idade, Amr ainda vive sob estresse com a probabilidade de ficar ainda pior emocionalmente, conforme for crescendo.
Nem Amr nem seus pais têm permissão por lei ou pela sociedade Egípcia de professar abertamente que eles são seguidores de Jesus, ou de serem chamados de cristãos em suas identidades.
Será que algum dia no Egito, os muçulmanos que se converterem ao Cristianismo poderão ser livres para acreditar e seguir Jesus?
*Pseudônimos

Crianças refugiadas - Coréia do Norte


Tradução: Joel Macedo
Disponível em: www.domingodaigrejaperseguida.com.br

Roupa, comida e esperança para os órfãos abandonados da Coreia do Norte

“Ninguém esperava por eles, mas, de repente, essas crianças de rua apareceram na China”, disse a colaboradora da Portas Abertas, Sun-Hi, que trabalha com norte coreanos refugiados na China. “Isso significa que a situação na Coreia do Norte é mais desesperadora do que costumava ser. Se até grupos de órfãos estão cruzando a fronteira fortemente vigiada...”
Sun-Hi não sabe por onde as crianças atravessaram o rio. Ela também desconhece a experiência dos kotjebis (como as crianças de rua são chamadas pelo norte coreanos). Ela não precisa saber. As milhares de crianças que vagam pelas ruas perderam os seus pais. Seus pais podem ter fugido, sido presos ou terem sido mortos pela fome. Kotjebis encontraram-se para pedir ajuda. A maioria dos grupos viram gangues eventualmente envolvidas em atividades “criminais”. Eles roubam dinheiro, comida e outras coisas que podem ter valor. De certo modo, eles são os “parasitas” da “sociedade do país nativo e precisam ser erradicados”.
As crianças não estão seguras no seu próprio país, muito menos na China. Sun-Hi tenta, regularmente, ajudar um grupo de kotjebis. “O grupo que eu visito se muda quase sempre dia após dia. Eles estão sempre na corrida”, disse Sun-Hi. “Vê-los em seus esconderijos é uma terrível visão. As crianças têm de 6 a 20 anos de idade, são sujas e com roupas parecidas com trapos. Isso é, se eles tem alguma roupa. Muitas das crianças estavam quase nuas quando deixaram o seu país. Eles venderam os sapatos e as roupas, exceto suas roupas íntimas. Seus colchões estão quase sempre molhados. Eu dei plástico para eles para que fizessem um teto, mas o grupo cresceu. A barraca já é não grande o suficiente, então comprei mais plástico. Eu também levei roupas, comida e dinheiro. Se eu não fizesse isso, eles roubariam e seriam presos pela polícia. Eu oro para que Deus proteja essas crianças. Não somente das autoridades, mas também dos criminosos que usam as crianças como contrabadistas.”
Esse é um grupo extraordinário de crianças, compartilha Sun-Hi. “O líder é um menino de 17 anos. Há alguns que são mais velhos do que ele, mas ele é o mais forte e protege-os. Ele tem um bom caráter. Ele garante que a mais nova das crianças receba comida como os outros. E você sabe o que mais? Ele faz que todos orem antes de comer! Numa ida anterior à China ele foi cuidado por um pastor. Ele conhece Deus.”
Sempre que Sun-Hi visita os órfãos, ela conta alguma história bíblica. “Todos eles escutam. Mas eu não sei o que eles pensam sobre as histórias. As crianças apenas ficam em silêncio e seus rostos não mostram expressões.”
O que dói no coração de Sun-Hi é que ela não consegue arranjar abrigo para as crianças. “Os riscos são muito grandes. Eles moraram nas ruas por muito tempo. Provavelmente, os órfãos irão vaguear pela vizinhança e, às vezes, assaltar as pessoas. E se eles forem presos? Talvez, os kotjebis contarão à polícia quem os ajudou."
Pedir à China, ou, por exemplo, às Nações Unidas, para intervir, não é uma opção, de acordo com Sun-Hi. “A China não reconhece os norte coreanos como refugiados políticos, mesmo após o seu regresso, a Coreia do Norte poderia prendê-los por trair o seu país e cruzar a fronteira ilegalmente. O fato deles estarem em contato com o Cristianismo os coloca em maior risco. Há poucos crimes piores que ser infectado por cristãos. Até agora, a China tem estado muito relutante em ajudar os refugiados da Coreia do Norte. Até mesmo crianças são repatriadas.
Qual é, então, o seu futuro? Muitos dos kotjebis morrem de fome e enfermidades. Aqueles que sobrevivem à seus anos de adolescência não têm chances reais de serem reintegrados à sociedade. Sem a educação devida e tendo perdido a maioria de suas normas e valores humanos, eles se voltam a atividades criminais pesadas, como invadir casas, vender drogas, roubar pessoas, e talvez até cometer assassinatos. Sun-Hi: “Esse é o motivo pelo qual eu falo da Bíblia aos kotjebis. Eles podem não entender ainda, mas a Palavra de Deus pode transformá-los. Onde há Jesus Cristo, há Esperança. Também, por essas crianças ‘rejeitadas’, eu oro de maneira fervorosa a Deus para que ele os tire desse lamaçal, dando-lhes futuro e Vida.”

terça-feira, 19 de março de 2013